Na situação em que nos
encontramos, sabemos que o nosso destino não depende só de nós. Mas depende de
nós recuperar as condições de liberdade e de soberania que perdemos. Nestas
eleições autárquicas vamos assistir a uma espécie de revolução no poder local -
mais de metade dos presidentes de câmaras vão deixar de o ser. É um caso único
na nossa democracia decorrente da nova lei da limitação dos mandatos que veio
pôr termos à eternização de algumas personalidades no cargo que ocupam e que,
muitas vezes, faziam com que se chegassem a confundir as pessoas com o próprio
lugar em si. São popularmente conhecidos como os dinossauros. Não deixa de ser
em si mesmo uma mudança positiva e obviamente necessária, até porque a ética
republicana requer a periódica renovação do pessoal político. Para haver
credibilidade na política exige-se o combate na eternização do poder, para
desse modo se reforçar a democracia.
Neste contexto, e sabendo que o mundo tem vindo
a mudar às vezes de maneira que alguns consideram muito rápida, outros, pelo
contrário, gostariam que as coisas acontecessem de forma mais rápida e
palpável, todos nós mudámos com ele numa espécie de adaptação coerente e
necessária à vida em comunidade. A nossa freguesia deve, respeitando as suas
raízes e o seu passado, ser capaz de progredir civicamente para que todos
possamos viver e desfrutar da nossa terra, criando as condições para que os
nossos filhos por cá se possam manter. Sabemos que vai regressar o tradicional
festival da demagogia com promessas que não serão cumpridas, ou seja, a
contraditória ladainha habitual. São sempre os mesmos a fazê-lo. E o povo,
crédulo, lá lhes dava o voto confiante de que desta vez é que vai ser. Mas não
foi, como prova a actual situação do país. É por tudo isto que a mudança é,
mais do que necessária, urgente, para que novas pessoas e ideias possam ser
avaliadas e postas em prática. Todos teremos a ganhar.
Paula
Santos
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