quarta-feira, 25 de setembro de 2013

A História

“Aquilo que deve ser a memória da nossa Freguesia”

Num tempo de crise e dificuldade tende-se a fazer cada vez menos pela Cultura e História das diferentes Localidades do nosso país. Deixar apagar a memória da nossa ou de qualquer outra Freguesia é um erro crasso, que não deve ser cometido.

Faz assim bastante sentido lembrar quem fomos, quem somos e o que queremos ser. O passado tem de ser progressivamente relembrado, pois sempre me ensinaram que é conhecendo o passado, que se encontram as respostas para o nosso presente e futuro.

Face a esta pequena reflexão, é importante lembrar que a nossa Freguesia, sempre foi constituída por Sardinheiros, Agricultores, Resineiros, Carpinteiros e muitas outras profissões. Este é um elemento essencial da componente socioeconómica da nossa Freguesia.

Assim, seria muito interessante e quase que obrigatório, que o próximo Executivo da Junta da União de Freguesias de Vila Seca e Bem da Fé revitalizasse a imagem do Senhor Padre Luciano (que muitos de vós se lembram perfeitamente, e que muitas vezes o meu avô me refere como tendo sido um padre que se dedicou à paróquia) que publicou um livro, onde aborda as origens da Paróquia de Vila Seca; o tipo de agricultura praticada pelos habitantes da paróquia e os caminhos que hoje em dia não existem, mas que na época eram utilizados pelos nossos antepassados para se deslocarem entre as diversas aldeias. Uma obra como esta deve ser, no meu entender, utilizada como ponto de partida para uma melhor compreensão do passado da Freguesia, sendo desta forma necessário revisitar o seu conteúdo tendo em vista a publicação de uma reedição.

Outro aspecto que merece ser tratado e estudado é a intervenção de todos os habitantes da União de Freguesias na Guerra Colonial. Este elemento deve ser alvo de uma enorme dedicação. Não podendo adivinhar o Futuro, podemos preveni-lo, e numa altura em que cada vez menos jovens se interessam pela História de Portugal, é fundamental reunir as memórias dos intervenientes da nossa União de Freguesias na Guerra Colonial. O objectivo deste projecto é que num futuro próximo os mais jovens tenham um acesso mais fácil e uma maior atenção à vida dos seus antepassados que viveram as dificuldades desse período da história de Portugal que faz parte de um passado muito próximo.

Uma das enormes tristezas da nossa Freguesia é o abandono da Escola de Bruscos. Visto este edifício ser praticamente novo, seria muito importante utilizá-lo para a difusão da cultura na União de Freguesias. Assim, proponho utilizar a Escola de Bruscos, que só funciona quando ocorrem eleições, para a apresentação de peças de teatro acessíveis a todas as classes etárias população, para a organização de tertúlias/debates direccionadas aos mais jovens e porque não também para a criação de um Centro de Ocupação para as pessoas com “Mais Idade”.

A criação de um pequeno Centro de Documentação, onde se reuniriam todos os elementos participativos da História da nossa União de Freguesias (fatos dos ranchos folclóricos; livros e documentação privada que muitas vezes é deitada para o lixo pelas nossas famílias; fotografias sobre diversas festividades religiosas e alegóricas realizadas nas localidades ao longo das últimas décadas e sobre os vários grupos de teatros existentes na Freguesia; elaborar uma cronologia, onde constem as datas mais importantes da História da União das Freguesias de Vila Seca e Bem da Fé e por fim juntar todas as receitas tradicionais que passaram ao longo de décadas e até mesmo séculos, pelas nossas famílias).

Para terminar, gostaria de referir que este projecto podendo parecer muito ambicioso numa altura como esta em que não se aposta na Cultura (e podendo nunca sair do papel) é fundamental para uma melhor compreensão tanto da história das localidades assim como das suas necessidades actuais. Para além disso, este projecto ainda contribuirá decisivamente para uma expansão da cultura dos nossos jovens que representam o futuro da nossa terra.

Sinto-me na obrigação de vos dizer que a cultura é universal, não sendo nem de esquerda ou da direita, de católicos ou de judeus, mas sendo de todos. Pertencendo a uma União de Freguesias civilizada que permeia a cultura como uma das suas principais formas de desenvolvimento e de qualificação, é nosso dever apostar na sua história como um dos principais motores para o seu crescimento.

Sinceramente, espero que o vencedor das eleições do dia 29 de Setembro, independentemente da sua cor política, tenha a audácia e responsabilidade de adaptar estas propostas e outras tendo em vista a revitalização histórica e cultural da “nossa NOVA União de Freguesias”.

Tiago Ferreira

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