quarta-feira, 9 de novembro de 2011

"Alunos trocam trabalho por comida e propinas"


O Bloco de Esquerda Coimbra, reuniu nesta 2ª feira, dia 7 de Novembro, pelas 11:30, com o Senhor Administrador dos Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra, Dr. Jorge Gouveia Monteiro. Participaram na reunião, em representação do BE/Coimbra, Fabian Figueiredo, Hugo Dias e José Manuel Pureza.

Recentes notícias traçaram um cenário preocupante do Ensino Superior com a possibilidade de mais de 10000 alunos, a nível nacional, poderem vir a perder a sua bolsa de estudo. Segundo o Diário de Noticias de 3 de Novembro "apesar de as aulas terem começado há mais de um mês, os alunos do ensino superior ainda não começaram a receber bolsas de acção social. A regulamentação para a atribuição das mesmas só foi publicada a 23 de Setembro e um período extraordinário de candidaturas, que terminou a 14 de Outubro, ditou o atraso na sua distribuição".
Estes atrasos têm gerado situações em que "Alunos trocam trabalho por comida e propinas". Segundo informação do Sr Administrador dos SASUC o número de estudantes apoiados pelo Fundo de Apoio Social da Universidade de Coimbra, ascende a 611, mais do dobro em relação ao ano anterior. Recorde-se que este apoio, financiado pela Universidade se destinava a alunos que não tinham obtido bolsa de estudo e consistia na diferença de valor entre a propina máxima e a propina mínima. Dada a gravidade da situação, foram introduzidos ainda apoios extraordinários, alargados também a estudantes beneficiários de bolsa. No caso dos SASUC, a redução do seu financiamento em cerca de 800 mil euros tem dificultado igualmente a sua actuação na tentativa de minorar as consequências das dificuldades económicas de um numero crescente de alunos e do atraso no processo de atribuição de bolsas.

Em relação ao processo de atribuição de bolsas subsistem dois problemas adicionais. Para além do atraso no processo em si, muitos alunos do 1º podem ver-se excluídos deste. Neste ano, a candidatura a bolsa deveria ser realizada no acto de candidatura à Universidade, antes mesmo de ter conhecimento da sua colocação e do facto de se ter ou não que deslocar geograficamente. Dado o desconhecimento das novas regras, o facto de não existir uma 2ª fase de candidatura para os alunos do 1º ano irá impedir muitos de aceder a uma bolsa.

Por outro lado, o novo regulamento de bolsas, no seu artigo 4ª alínea ii), dita que todos os alunos que estivessem inscritos no ano lectivo transacto a menos de 60ects, tenham que estar aprovados a pelo menos 36ects para terem direito a bolsa. Não aplicando  a norma transitória de aproveitamento escolar a 50% das disciplinas inscritas - que o próprio governo criou - excluindo administrativamente ainda mais estudantes deste apoio social.

Fonte: http://coimbra.bloco.org/index.php?option=com_content&task=view&id=775&Itemid=1

Fabian Figueiredo

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