quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Dr. Alberto João Jardim


Não é lógico, nem responde a ninguém a, a ligeira e taxativa resposta que muitos políticos dão quando indagados sobre as prioridades e respectivas necessidades das suas obras, bem como dos seus gastos ou investimentos. Assim costumam dar como resposta simples e absoluta, que a sua acção “foi uma questão de opção”. Provavelmente ainda podem proferir outros eventuais argumentos do mesmo calibre, sempre com o objectivo de justificador dos seus actos.
Nunca no entanto se ouviu argumentar ou dar como resposta, que algum tipo de investimentos exagerados e descontrolados, que deram em “buraco”, fossem feitos por causa de outros, como forma de fugir a uma politica então seguida.
Talvez este seja um novo argumento de alguns para justificar actos injustificáveis cometidos, creio que por senilidade.
Acho ainda impressionante, algumas pessoas, entendam como válido este argumento duma ligeireza sem precedentes, talvez por ser inédito, por ser surpreendente ou por vir donde vem.
Depois do toque de rebate do sinos do ministro das finanças a braços com a grave situação económica da Madeira, que é urgente colmatar sendo para isso necessário encontrar rapidamente um plano de austeridade.
Veio ainda dizer o presidente da Região Autónoma de Madeira num outro discurso feito para os seus conterrâneos e difundido pela comunicação social, que ninguém o podia responsabilizar por esta evidência.
Posta esta, muito má, situação financeira daquela Ilha e depois de mais este bafejo do Dr. Alberto João que a levou por este caminho, coloco a pergunta que muitos Portugueses fazem: Quem foi, então, o responsável por tamanho e complicado défice das finanças Madeirenses? Será que de novo a culpa morre solteira?
A outra simples pergunta que repetidamente os Portugueses têm feito, sempre nos casos de má administração como este, bem como nos casos de corrupção, é a de quem vai pagar mais este caso? Mais este buraco?
Julgo que a resposta a esta ultima pergunta é aquela que sempre tem acontecido aos Portugueses, mais uma  vez, vão ter que pagar as irresponsabilidades, os erros e os desvarios destes senhores.
Sou acompanhado por muita gente quando continuo a acreditar, que todos aqueles que administram dinheiros públicos deviam ser controlados por uma entidade independente e idónea no exercício da sua administração. Desta forma seriam, por esta entidade avaliados no seu desempenho. Eram pois evitados maus investimentos, investimentos de fachada, os investimentos estratégico e ainda seriam severamente punidos, como o comum Cidadão, nos casos em que metem a mão nos dinheiros públicos.
Continuando com os seus dotes de bom orador, mas vazios de conteúdo, o Dr. Alberto João Jardim, sob a eventual desculpa do seu cansaço e da sua bonita mas já avançada idade, para as lides politicas, veio outra vez a público contestar, quase insultar, um badalado economista da nossa praça que disse, do mesmo modo, publicamente, a propósito de défice criado na Madeira, que se os políticos fossem responsabilizados por estas situações este senhor já não era politico à mais de vinte anos.
Todos estes desabafos verborreicos do Dr. Alberto João, parecem não ter feito a devida e proporcional moça no seu PSD do Continente, dado o silêncio dos seus pares do governo. No entanto chegou à Europa e foi detectado pela toika, uma derrapagem que vai implicar um agravamento dos impostos para o ano de 2012.
Agora no seu estilo impetuoso, próprio dum individuo pesporrente, depois de por todos os lados, ser acusado de esconder as dimensões da tal divida/buraco, vem queixar-se da falta de solidariedade por parte do PSD do Continente e pede ajuda ao Povo Madeirense, armando-se em vitima.. Não se pode queixar da falta de solidariedade especialmente, por parte do seu companheiro de partido Dr. Guilherme Silva. Do mesmo modo, não se pode queixar do seu partido quando este faz silêncio em redor dos seus discursos, verborreicos e pesporrentes.
No final, para tapar mais este tsunami orçamental, voltam a subir os impostos, voltamos a ter derrapagens, voltamos a não poder confiar num governo mentiroso , voltamos a não cumprir com, apregoado, memorando da troika e por tal, parece que, temos de aceitar, outra vez, as interferências externas, voltamos a não poder confiar nos políticos nem nas suas politicas irresponsáveis e irracionais. Por tudo isto, de novo, vamos pagar aquilo que não fizemos. Até quando vamos admitir tudo isto?
Penso que a caminhar desta forma com os nossos brandos costumes, vamos perder a nossa soberania e a nossa identidade Política, vamos ser um mais um país da Europa em vez de um País Europeu.

Jorge Moreira, Texto Publicado no Diário de Coimbra

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