segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

2013/música: recordatório de esquecidos

Desde Lou Reed a Johnny Laboriel, passando por Ray Manzarek e George Duke, foram muitas as vozes que encontraram o silêncio final, em 2013. Já se ouviu falar bastante sobre estes falecidos, mas recordemos outros compositores, produtores, instrumentistas e cantores desaparecidos.

Antes de mais, podemos dizer que 2013 foi um ano especialmente mau para o som da Motown. Só dos Temptations morreram dois membros: Otis Damon Harris e Richard Street. A eles se devem as faixas “Papa Was a Rollin’ Stone” e “Masterpiece”. Do mesmo movimento, faleceu Bobbie Smith, cantor dos Spinners, que nos anos 60 cantavam “That’s What Girls Are Made For” e “Then Came You”. Conhecida por criar e desenvolver a imagem dos artistas da Motown Records, faleceu também Maxine Powell, aos 98 anos de idade.

A antiga cidade motor vai desaparecendo e a sua voz também!

Em terrenos próximos, mas na área do funk, desapareceu Cleotha Staples dos Staples Singers. “Respect Yourself” é faixa mais conhecida e reinterpretada deste quarteto. E da mesma tribo, morreu Cordell BoogieMosson, baixista dos Parliament-Funkadelic, um dos projetos mais emblemáticos dos anos 70. Foi colega de Bootsy Collins e Rocco Prestia.

Também houve desaparecimentos relevantes, na área do rock, que passaram despercebidos à maioria dos melómanos. Como foi o de Kevin Ayers, dos Soft Machine, banda interessante do movimento psicodélico, e o de Bobby Rogers, falecido aos 73 anos, membro dos Miracles. Outro foi o de Peter Banks, guitarrista original dos Yes, grupo de rock progressivo, que ao longo dos anos foi caindo no esquecimento. E Chi Cheng, baixista dos Deftones.

Por causas diferentes, morreu Jeff Hanneman dos Slayer, um dos maiores ícones da guitarra metaleira, e Alan Myers, baterista dos Devo, banda que, durante a new wave, nos trouxe a contudente faixa “Whip It”. Muito menos afortunados foram Soroush e Arash Farazmand, membros da banda iraniana Yellow Dogs, que desde hace 3 anos ascendia na cena underground de Brooklyn, em Nova Iorque. Eles escaparam da opressão no seu país, mas foram assasinados, em novembro por um membro dos Free Keys, outro projeto do mesmo país. Mas uma das mortes de maior peso no rock foi a de Alvin Lee, conhecido pela sua participação nos Ten Years After.

O blues também perdeu alguns talentos, como Jimmy Fast Fingers Dawkins, originario de Chicago. No jazz, destacamos a partida de Jim Hall, um dos guitarristas mais influentes e tão notável como Pat Metheny e Bill Frisell. Também nos deixou Yusef Lateef, executante da fusão entre o jazz e a música oriental. Além disso, faleceu Donald Byrd, trompetista que tocara com Herbie Hancock, John Coltrane e Sonny Rollins.

Representando muitos e invisíveis músicos de estúdio que desapareceram, em 2013, está Ricky Lawson, outrora baterista de Michael Jackson, Eric Clapton, Phil Collins e Whitney Houston. Despediram-se dois génios das consolas, Phil Ramone e Andy Johns. O primeiro, produziu Paul Simon, Bob Dylan, Frank Sinatra e Ray Charles. O segundo, produziu Led Zeppelin (IV) e Rolling Stones (Exile on Main Street)... E poderíamos continuar a enumerar “esquecidos”, mas ficam estes como um recordatório.

Os holofotes nem sempre iluminam acertadamente na vida, nem na morte!

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