sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Artigo publicado no DC em 10/2/2011


Bruscos – Vila Seca

            Creio ter começado abertamente a “caça” aos Sindicalistas.
            Depois das várias contestações sociais, sempre provocadas por politicas injustas próprias dum economicíssimo desvairado, veio uma entrada quase forçada no Ministério das Finanças consequência dum excesso de zelo provocado pelo medo e pela insegurança de alguns  políticos incorporados também por alguns agentes da autoridade.
            Após estes casos estavam criadas as condições para considerar estes Senhores, Dirigentes Sindicais como agitadores sociais e desrespeitadores da ordem pública.
            Falta agora calar as estruturas Democráticas, Livres e Isentas que estão por detrás destes Senhores que são os Sindicatos.
           O nosso (des)governo aquando das profundas e negativas mexidas nas Leis do Trabalho transcritas agora  para o Código do Trabalho, teve alguma veleidade em alterar também as leis Sindicais , mas por pressão de alguns sectores determinantes da Sociedade, tanto Nacional como Internacional, apenas consumou os seus intentos, nesta área, duma forma algo superficial.
            Para aprovação de alguma legislação Laboral contou com a necessária aprovação dos ditos parceiros sociais crónicos.
            Continuando a dissertar sobre este assunto que se prende com o indispensável e nobre trabalho desenvolvido pelos Sindicatos, quero abordar os últimos acontecimentos que estiveram em evidência em todos os jornais e telejornais até no estrangeiro e também como seria de esperar, tema abordado por Deputados e candidatos a Presidente da Republica.
            Lamento em primeiro lugar que o medo e a prepotência instalada na nossa Sociedade seja capaz de, por várias formas, tentar silenciar as manifestações de indignação que Democrática e ordeiramente expressam o desagrado e o desconforto Social provocado pelas injustiças cometidas sempre contra os mesmos.
            Por este mesmo motivo põe-se em causa a liberdade de alguém se manifestar bem como a própria Democracia.
            Alguns, menos esclarecidos podem ainda dizer que os Sindicalistas provocaram o desencadear de situações menos boas.
            Um dos seus objectivos, talvez o primeiro, é trazer constantemente á consciência Social as injustiças de que a mesma é vitima.
             É necessário por vezes, agitar a Sociedade que devido a conversas bastante polémicas, tende a adormecer, pelas más politicas.
            Estou certo igualmente que muitos daqueles que alvitram as suas teses sobre o que aconteceu, no passado dia 19, não estavam lá e por isso não assistiram a nada. Apenas julgam á revelia, baseados naquilo que lhes vendem e nas imagens que lhes querem mostrar.
             Logo à partida um número injustificado presenças policiais estáticas provoca nos Cidadãos uma tensão que as chefias, ali presentes, como indivíduos que julgo mais esclarecidos, deviam atempadamente saber controlar.
            Não vi nem se viu ninguém sentado na estrada ou atirar-se ao chão num acto de desobediência, nem tão pouco a bater ou a ameaçar algum polícia. Se alguém estava no chão foi devido á força excessiva da polícia e finalmente se alguém levantou algum braço, foi numa atitude de defesa, provocado isso sim, por algum desnecessário empurrão policial.
            Se algum agente de autoridade, ali estava, de má vontade e por obrigação, os Sindicalistas estavam ali de livre vontade para protestarem contra algumas medidas governamentais impostas aos, trabalhadores, onde normalmente estavam incluídas as forças de segurança.  
            Penso ser natural, que um qualquer Cidadão se tente defender de alguma agressão. A nossa lei até prevê este tipo de atitude embora a mesma lei, tal como outras se possa dar a interpretações tendenciosas quando alguém questiona o princípio da proporcionalidade na legítima defesa.
            Quando se diz que as pessoas foram avisadas devem ser usados critérios rígidos e comuns a todos. Assim não como ali, as mesmas pessoas a quem era interdita a passagem dum lado iam passando pelo outro lado da rua.
            Devo finalizar, dizendo que todas as situações de incongruência e de pressão decorreram na frente dos agentes de autoridade, onde estavam os tais graduados, que nada fizeram no sentido de acalmar alguns senhores menos calmos participantes ou não no plenário.
            A gota d’água veio quando, mais uma vez duma forma intimidativa á moda doutros tempos, os agentes deram os braços fazendo cordão policial, que pretendia estancar os Sindicalistas.
             Além de informar estes senhores de que os Sindicalistas não são nenhuns criminosos e as manifestações são actividades próprias e legítimas da Democracia.
            Questiono ainda aqueles mandantes, que apenas aparecem no fim dos acontecimentos para darem as suas dicas politicamente correctas aos canais informativos, mas que na realidade não viram nada porque nem sequer lá estavam.
            Quero perguntar também se as algemas que puseram a um Sindicalista eram da mesma qualidade das que usam nos criminosos que deixam fugir?

Jorge Manuel Fonseca Moreira 

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