São vários os motivos pelos quais a consciencialização por direitos para animais deve ser intensificada, sendo o mais básico deles todos assumir que grande parte dos animais são seres sencientes, capazes de sentir física e emocionalmente, tal como a humanidade. Ao deixarmos de ignorar, constantemente, a capacidade que têm de sentir, seremos imediatamente obrigados a assumir que a relação que a espécie humana tem mantido com os animais é uma relação de poder entre opressor e oprimido, muito pouco humanista.
A intensificação dessa relação, de exploração, não só não concebe qualquer dignidade a estes seres, que tal com nós são sencientes, como ao longo do tempo transformou-os em mercadoria, ou seja, essa relação passou a ter como grande e quase único objetivo o lucro.
Ao mesmo tempo, não deverá ser ignorado que, a produção industrial de animais para consumo e todas as industrias à sua volta, tornaram-se num dos maiores fatores poluentes do nosso planeta.
A criação de animais para consumo alimentar, o uso do seu corpo para as indústria do vestuário e acessórios, a exploração da sua força para trabalho pesado, a sua utilização para experiência de laboratório, a sua humilhação e utilização em “espetáculos de diversão”, a criação de lojas próprias para a sua venda e a sua exploração sexual têm sido as maiores formas de interação da humanidade com os animais.
Mas afinal, se o que distingue o animal-humano do animal não-humano é a capacidade que o primeiro tem de raciocinar, como pode a sociedade estar tão dependente do segundo para alimentar-se, vestir-se, divertir-se ou produzir conhecimento científico (e ignora-lo logo de seguida, no que diz respeito aos animais)?
A luta por direitos para os animais não é uma luta isolada de todas a outras, é uma luta ecológica, ao assumirmos que a exploração animal, nos moldes atuais, destrói o nosso planeta e nossa qualidade de vida; é uma luta feminista ao assumirmos que os animais são escravizados para trabalhos forçados, experiências sexuais, entretenimento ou considerados inferiores e irracionais; é uma luta anticapitalista ao assumirmos que a exploração animal só serve ao capital.
A luta pelos direitos dos animais é também uma luta pela dignificação das pessoas, é uma luta pela luta toda!
Escrito por Cassilda Pascoal
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