Por RFI *
Jornadas laborais de 13 horas, salários miseráveis, habitações superlotadas, ausência de cotizações sociais: os brinquedos da empresa californiana Mattel são fabricados por operários explorados, constataram duas ONGs que visitaram fábricas na China. A investigação foi realizada no momento em que se produzem os brinquedos que se venderão na próxima época de natal.
Desde abril a setembro, regista-se o pico da produção das empresas chinesas que fabricam brinquedos que estarão ao pé da árvore de natal, em dezembro. Uma prenda clássica desta ocasião é a mais famosa das bonecas, Barbie, criada pela empresa californiana Mattel, também à frente dos artigos Fisher Price.
Para ver as condições de trabalho em que se elaboram estes produtos, a ONG China Labor Watch (CLW) infiltrou os seus investigadores entre os trabalhadores de seis fábricas durante o período de maior labor, constatando numerosas violações do direito laboral.
Nas conclusões do relatório, publicado pela ONG francesa Povos Solidários-Action Aid France, surge que os empregados trabalham até 13 horas por día por um salário indigno e dormem em casas supelotadas. Outras irregularidades constatadas: os trabalhadores não recebem formação, nem equipamentos de proteção adequados.
"Os provedores da Mattel privaram os trabalhadores de milhões de euros ao evitar o pagamento das horas suplementares e das cotizações sociais obrigatórias, além de descontar através de fraudes as horas trabalhadas" apontam as ONGs.
A poupança levada a cabo pela Mattel ao evitar o pagamento de horas extra e cotizações sociais através destas empresas subcontratadas é de entre oito milhões e 11 milhões de euros, segundo a CLW.
"As auditorias encomendadas pela Mattel, desde há mais de 10 anos, puseram em relevo as violações do direito ao trabalho. Sem dúvida, a Mattel tomou poucas medidas corretivas importantes e com o tempo a transparência destas auditorías degradou-se", acrescentam as organizações.
Tradução: António José André
Sem comentários:
Enviar um comentário