Fiquei deveras indignado quando num diário do passado dia 17/11/2009, em titulo destacado era noticia que, José Penedos não entregava a declaração de rendimentos, há dez anos (pouco tempo).
Depois de ler a notícia confirmei no desenvolvimento interior da mesma que a dita declaração de rendimentos, era aquela que anualmente devia ser entregue no Tribunal de Contas relativa aos rendimentos, afinal igual á do IRS que é entregue ás Finanças.
Qualquer cidadão comum fica apreensivo perante este facto noticiado com o ênfase, merecido, pois ele só é permitido a alguns muitíssimo ricos, ou pertencentes a esta camada da sociedade.
Mais indignado fiquei quando a mesma noticia dizia que os senhores advogados, classe nobre, mas muito polémica e pouco taxativa, especialmente nos casos que apaixonam a sociedade, discutiam entre si a obrigatoriedade ou não da entrega da tal declaração.
Este tipo de dúvidas propositadas ou tão simplesmente alvitradas só são permitidas por leis permissivas a várias interpretações. Servem para perder tempo e gastar muito dinheiro ao Estado.
O alongar no tempo, destes casos cria na sociedade um desinteresse pela coisa e pelo até hoje praticado, instala no Povo a ideia, de que só sai condenado destas andanças, apenas o mais fraco do grupo. Diz esta nobre classe social, que “ a corda parte sempre pelo lado mais fraco”.
Existem muitas e variadíssimas divergências de opinião entre os advogados, os juízes e os políticos, que provocam acesas polémicas, arrastos no tempo e gastos de dinheiro. Polémicas apenas notórias e publicas quando exageradamente são badaladas pela imprensa porque implicam gente importante.
Creio mesmo que apenas sobra de tudo isto e como castigo final para esta gente, o desgaste e alguma humilhação pessoal e publica.
Manifestamente o cidadão comum, acha esta penalização pequena relativamente aos danos provocados, tanto material como moralmente e ainda quanto á falta de confiança, que casos destes criam na sociedade.
Ainda este tipo de vai e vem verbal, com um grande impacto social deixa-nos também a todos extremamente baralhados quanto à culpabilidade dos intervenientes.
Fica-nos retido na mente, para memória futura, a grave duvida da veracidade dos factos investigados, por falta duma conclusão clara. Apesar de tudo, como diz o bom Povo, na sua sabedoria empírica, “ não há fumo sem fogo”.
Volto a ficar indignado quando um outro diário da nossa praça no dia 26/11 noticia que um dos suspeito do “face oculta” esteja, ainda que temporariamente suspenso das funções que exercia, continua a receber a módica importância de 30 mil euros mensais.
Diz ainda a mesma noticia, que o empresário Joe Berardo, aplaude esta situação, porque diz ele”o homem tem de comer”, facto que todos entendemos.
Não se entende no entanto, uma vez que todos temos esta mesma necessidade, o facto concreto de milhões de Portugueses comerem com apenas 500,00 euros mensais ou menos ainda, e outros com os tais 30 mil ou mais.
Questiono qual a explicação racional, linear e isenta de argumentos polémicos que este Sr. terá para justificar esta realidade concreta. Penso que não terá ponderado neste aspecto?
Talvez este seu impulso virtual se justifique com o ditado Popular, que diz “quanto maior é a nau maior é o tormento”.
De novo voltamos a ficar indignados e perplexos, quando se noticia que o Tribunal, numa das penas em que condena o senhor José Penedos estabelece a este senhor, o pagamento de uma “multa”no valor de 40 mil euros, quando o montante mensal do seu ordenado é de cerca de 48 mi, “e esta em”.
Tenho esperança que talvez um dia isto mude, a sociedade de novo, volte a ser mais justa e racional inundada pelo, perdido, espírito de solidariedade.
Jorge Moreira
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