Francisco Louçã afirmou neste sábado em Oliveira do Hospital que o processo de transição para a TDT é uma “oportunidade tecnológica”, que não pode ser transformada “num assalto à bolsa das pessoas”, e desafiou a PT a “cumprir já” a recomendação aprovada, na sexta-feira, pela Assembleia da República.
Artigo | 7 Janeiro, 2012 - 18:22
Foto de Paulete Matos
Segundo a agência Lusa, Francisco Louçã sublinhou que a oportunidade tecnológica que representa a transição de sinal analógico para Televisão Digital Terrestre (TDT) “não pode ser transformada num assalto e muito menos numa desigualdade” entre o interior e o litoral do país, rejeitando que “quem vive no interior seja penalizado e discriminado”.
Francisco Louçã fez estas declarações numa visita a Alvoco das Várzeas, concelho de Oliveira do Hospital, na companhia dos presidentes da câmara e da junta de freguesia. Segundo o presidente da câmara de Oliveira do Hospital, 6.500 habitantes dos 22.000 do concelho não terão acesso à TDT sem custos superiores aos cobrados no litoral, se o atual processo de transição se mantiver.
Para o dirigente do Bloco de Esquerda, todos os cidadãos “devem estar perante as mesmas condições e a PT não é um império dentro de Portugal, não pode impor aos portugueses tratamentos” diferenciados. Por isso, desafiou a PT a “cumprir já” a recomendação aprovada, na sexta-feira, pela Assembleia da República, para que no interior do país não se tenha de pagar mais que no litoral para aceder à TDT. A recomendação consta de um ponto de uma proposta apresentada pelo Bloco no Parlamento, aprovado por unanimidade. Nesse ponto (segundo do projeto de resolução), a AR recomenda ao Governo que “providencie para que, como estava originalmente acordado entre a ANACOM (Autoridade Nacional de Comunicações) e a PT, seja assegurado que esta empresa” suporte os encargos decorrentes da deficiência ou mesmo ausência de sinal TDT em diversas localidades do interior. Francisco Louçã destacou que a mesma proposta preconizava o adiamento por três meses para “o fim definitivo do sinal analógico”, mas esse ponto foi “recusado pelos votos da direita”. (Aceda ao projeto de resolução do Bloco na íntegra)
O presidente da câmara de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino, eleito pelo PS, também defende o adiamento do fim definitivo do sinal analógico, para que “este processo seja repensado” e declarou à agência: “Alertamos a ANACOM e tivemos uma reunião com a PT para que esse processo fosse adiado e para que todos, em conjunto, encontremos uma solução”, sublinhando que o seu município não quer ser “parte do problema mas sim da solução”.
Francisco Louçã visitou depois a Aldeia das Dez, também no concelho de Oliveira do Hospital e o Piódão, no município de Arganil, localidades igualmente com problemas de acesso à TDT e que, além disso, correm o risco de ter de recorrer a antenas parabólicas para captar o sinal.
O recurso a parabólicas, designadamente nas Aldeias do Xisto também preocupa Louçã e o autarca de Oliveira do Hospital, recordando que ali foram feitos elevados investimentos, designadamente, para “acabar com as antenas nos telhados”.
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