quarta-feira, 6 de julho de 2011

Documento aprovado por unanimidade na Coordenadora Nacional de Jovens Estudantes do BE

Unidade no Movimento Estudantil.


A abertura de um novo ciclo político, com um governo de Direita apoiado pelo PS, abre também uma nova conjuntura de resistências aos ataques austeritários, que serão acentuados. Depois de, desde 2005, o Governo PS ter cortado brutalmente o financiamento no Ensino Superior, agora sobe Nuno Crato à pasta unificada de Educação e Ensino Superior com um programa vago, mas que dá apesar de tudo, algumas luzes sobre a sua lógica, que é austeritária e autoritária.

Prevêem-se alterações ao modelo de financiamento do Ensino Superior, uma investida sem precedentes das empresas para dentro das Universidades, controlando cada vez mais os programas, os cursos, a vida da escola. Chega até a afirmar que as Universidades e Politécnicos irão participar em fundos de capital de risco, para “criar empresas” ligadas à investigação científica. Apesar de serem linhas vagas, são obviamente um ataque à Universidade Pública já debilitada pelo Partido Socialista nos últimos anos.

No Ensino Secundário, prevê-se uma ofensiva conservadora e autoritária, com um rejeitar duma pedagogia que supostamente existe, ignorando a realidade actual do ensino que é, apesar da retórica, centrada no professor e não no aluno. O incremento dos momentos de avaliação é prova disso, sendo para já a única proposta concreta apresentada no debate do Programa de Governo.

A resposta do Bloco de Esquerda, nessa conjuntura de hegemonia esmagadora da Direita, tem de ser mais sólida e mais unitária do que nunca. A construção de um pólo de rejeição das medidas do Memorando da “Troika” e dos partidos que o representam é a chave para a mobilização social e política à transferência brutal de valor do Trabalho para o Capital. O Bloco de Esquerda tem o dever de ser uma alavanca dos movimentos sociais, catalisador da resistência.

Na Educação, os activistas do Bloco de Esquerda têm de ser o motor da mobilização estudantil, organizando a resposta ao ataque previsto, começando pela manifestação nacional proposta em Assembleia Magna da AAC de 26 de Maio por um activista do Bloco. Essa mobilização, que tem de ser feita com reivindicações concretas e mobilizadoras em defesa da Universidade Pública.

Assim, os activistas do Bloco devem, nos espaços próprios, propor a organização de listas para órgãos em defesa da Universidade Pública, unindo não só todos os militantes do Bloco, os colectivos unitários em que participam, mas também toda a esquerda política disponível para o efeito, tentando ultrapassar eventuais divergências. O sectarismo e a divisão entre militantes do Bloco é o primeiro passo para a derrota da luta contra o capitalismo, incluindo nos seus ataques à Educação.

No entanto, um dos nossos desafios essenciais prende-se com a mobilização da gigantesca massa de estudantes desmobilizados e despolitizados. Só furando o conformismo, rejeitando o sectarismo e unindo todos os estudantes é que conseguiremos construir um movimento de resistência estudantil que se una com o movimento nacional e internacional de rejeição da austeridade.

Pela Coordenadora Nacional de Jovens Estudantes do Bloco de Esquerda

Rodrigo Rivera

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