Intervenção da coordenadora de bancada do BE na sessão evocativa do 25 de Abril de 2011, Assembleia Municipal de Condeixa – a- Nova
Sr Presidente da Assembleia Municipal
Sr Presidente da Câmara
Snrs Vereadores
Senhoras e Senhores Convidados
Falar do 25 de Abril de 1974 é para muitos de nós, um exercício de memória, do antes e do depois.
É a memória do ouvido encostado ao rádio sintonizado numa estação “subversiva”, com as interferências do costume; é a memória de ler teimosamente o livro forrado com papel pardo e olhar de soslaio para quem ia sentado ao nosso lado em qualquer transporte colectivo; é a memória daquela noite de Natal enterrado num qualquer abrigo, arma aperrada; tasquinhando até à última migalha a broa que a mãe tinha enviado.
Mas, também é a memória daquela enxurrada de gente desaguando nas ruas de Lisboa naquele 25 de Abril e 1ºMaio e sentir que a Liberdade estava a passar por ali.
Passados estes anos e apesar de se terem conseguido melhorar as condições de vida e de trabalho, de se ter conquistado o Serviço Nacional Saúde, de se terem construído mais redes de saneamento básico, de electricidade e comunicações, cresceram graves assimetrias económicas e sociais, bem como brutais injustiças evidenciando um poder capitalista sem escrúpulos que assimila o espaço do território de forma especulativa a nível local e nacional e favorece a corrupção a vários níveis.
Assiste-se ao encerramento de indústrias tradicionais como a têxtil, cerâmica, calçado e o definhar das pescas e agricultura. Tentam-se criar modelos assentes na alta tecnologia mas, não se apresenta uma estratégia de médio e longo prazo em que se definam as prioridades económicas e sociais para as populações. Entretanto, damo-nos ao luxo de lançar anualmente licenciados para o desemprego e continua-se a aumentar a reserva de mão-de-obra. A Geração à Rasca que o diga.
Confrontada com a actual crise financeira e recessão permanente, resultado de sucessivas políticas neo-liberais e neo-conservadoras, as direcções políticas dos partidos do arco da governação, continuaram a implementar modelos de gestão capitalista, apresentando constantemente ataques às conquistas sociais do 25 de Abril: com planos de austeridade, aumento do desemprego para níveis alarmantes, ataques aos salários, crescimento da precariedade no trabalho, diminuição das regalias sociais dos trabalhadores, em que o esforço que é pedido aos portugueses não é distribuído de forma equilibrada, enquanto os “Gestores e pseudo Gestores ” que dançam entre as cadeiras do poder político e das empresas, públicas e privadas, que levam Bancos e Empresas à falência e à rotura financeira, passeiam-se imunes aos múltiplos casos de nítida corrupção e jogos de poder das contrapartidas, eis se não quando, corruptos são perdoados pelos próprios tribunais, desacreditando completamente a justiça em Portugal. Mas, se em relação à corrupção ainda há muito para se revelar, em relação ao desemprego e ao aumento da precariedade da vida das pessoas, demonstra-se uma total falta de solidariedade, com manifestações de neo-conservadorismo aos apelos de privatizações de empresas do sector público mais rentáveis, como a ANA, a EDP, a GALP, CTT e até à CGD. A estes ataques, a direcção política de Sócrates contenta-se em atirar o PS para uma governação de direita, deixando por sua vez os trabalhadores indignados com as medidas preconizadas pelos sucessivos PECs e agora FMI.
É a memória do ouvido encostado ao rádio sintonizado numa estação “subversiva”, com as interferências do costume; é a memória de ler teimosamente o livro forrado com papel pardo e olhar de soslaio para quem ia sentado ao nosso lado em qualquer transporte colectivo; é a memória daquela noite de Natal enterrado num qualquer abrigo, arma aperrada; tasquinhando até à última migalha a broa que a mãe tinha enviado.
Mas, também é a memória daquela enxurrada de gente desaguando nas ruas de Lisboa naquele 25 de Abril e 1ºMaio e sentir que a Liberdade estava a passar por ali.
Passados estes anos e apesar de se terem conseguido melhorar as condições de vida e de trabalho, de se ter conquistado o Serviço Nacional Saúde, de se terem construído mais redes de saneamento básico, de electricidade e comunicações, cresceram graves assimetrias económicas e sociais, bem como brutais injustiças evidenciando um poder capitalista sem escrúpulos que assimila o espaço do território de forma especulativa a nível local e nacional e favorece a corrupção a vários níveis.
Assiste-se ao encerramento de indústrias tradicionais como a têxtil, cerâmica, calçado e o definhar das pescas e agricultura. Tentam-se criar modelos assentes na alta tecnologia mas, não se apresenta uma estratégia de médio e longo prazo em que se definam as prioridades económicas e sociais para as populações. Entretanto, damo-nos ao luxo de lançar anualmente licenciados para o desemprego e continua-se a aumentar a reserva de mão-de-obra. A Geração à Rasca que o diga.
Confrontada com a actual crise financeira e recessão permanente, resultado de sucessivas políticas neo-liberais e neo-conservadoras, as direcções políticas dos partidos do arco da governação, continuaram a implementar modelos de gestão capitalista, apresentando constantemente ataques às conquistas sociais do 25 de Abril: com planos de austeridade, aumento do desemprego para níveis alarmantes, ataques aos salários, crescimento da precariedade no trabalho, diminuição das regalias sociais dos trabalhadores, em que o esforço que é pedido aos portugueses não é distribuído de forma equilibrada, enquanto os “Gestores e pseudo Gestores ” que dançam entre as cadeiras do poder político e das empresas, públicas e privadas, que levam Bancos e Empresas à falência e à rotura financeira, passeiam-se imunes aos múltiplos casos de nítida corrupção e jogos de poder das contrapartidas, eis se não quando, corruptos são perdoados pelos próprios tribunais, desacreditando completamente a justiça em Portugal. Mas, se em relação à corrupção ainda há muito para se revelar, em relação ao desemprego e ao aumento da precariedade da vida das pessoas, demonstra-se uma total falta de solidariedade, com manifestações de neo-conservadorismo aos apelos de privatizações de empresas do sector público mais rentáveis, como a ANA, a EDP, a GALP, CTT e até à CGD. A estes ataques, a direcção política de Sócrates contenta-se em atirar o PS para uma governação de direita, deixando por sua vez os trabalhadores indignados com as medidas preconizadas pelos sucessivos PECs e agora FMI.
Por outro lado, esta direcção política do PS/Sócrates, aplica as mesmas receitas que qualquer governo PSD/CDS faria: - congelamento / corte dos salários, aumento da idade da reforma, aumento do desemprego, vergando-se agora a todas as imposições da troica, que mais não fará do que impor medidas de um neo capitalismo desenfreado que alienará por muitos anos a nossa economia e as nossas vidas, veja-se o que está a acontecer na Grécia e Irlanda.
Continuarão assim os cortes nos salários, no subsídio de desemprego, nas prestações sociais, na Saúde, na Educação, bem como a manutenção do alto nível de desemprego que só irá continuar a provocar uma baixa na procura interna e consequentemente um aumento de falências no pequeno comércio e PMEs.
É preciso combater, dizer um não muito grande à corrupção, a injustiça territorial e social a toda esta política e medidas de PECs/FMI que de privatização em privatização, de corte em corte, irão acabar com os despojos que restam deste País, deferindo um dos mais violentos ataques às conquistas sociais do 25 de Abril, tudo isto patrocinado pelo desgoverno de Sócrates.
Continuarão assim os cortes nos salários, no subsídio de desemprego, nas prestações sociais, na Saúde, na Educação, bem como a manutenção do alto nível de desemprego que só irá continuar a provocar uma baixa na procura interna e consequentemente um aumento de falências no pequeno comércio e PMEs.
É preciso combater, dizer um não muito grande à corrupção, a injustiça territorial e social a toda esta política e medidas de PECs/FMI que de privatização em privatização, de corte em corte, irão acabar com os despojos que restam deste País, deferindo um dos mais violentos ataques às conquistas sociais do 25 de Abril, tudo isto patrocinado pelo desgoverno de Sócrates.
Pelo nosso lado, continuamos na defesa duma sociedade socialista, construída de forma a respeitar a vida humana, os valores de uma cidadania participativa, igualdade, fraternidade e liberdade, no combate ao poder capitalista e à pilhagem ambiental e económica, por um programa coerente às alterações climáticas, de energias alternativas, de diminuição do desperdício dos espaços compatíveis com a prática de uma agricultura biológica, da redução das emissões de CO2, de reformas institucionais que permitam a melhoria da actividade humana em cada sector, com justiça social e de combate à desigualdade.
A Vila de Condeixa e as freguesias contíguas, tem sido alvo de um crescimento demográfico desenfreado, onde o betão impera, sem que as novas populações se integrem na economia da Vila, não trazendo as mais-valias esperadas, tratando-se tão só em tornar Condeixa num dormitório de Coimbra, criando ao mesmo tempo uma deseconomia de escala, com todos os problemas que isto acarreta.
Criaram-se expectativas, especialmente no comércio, dizem os notáveis que “Condeixa não pára”, mas quando agora se faz o balanço em termos económicos, ambientais e sociais, reconhece-se que o esvaziamento de funções urbanas, especialmente, o comércio que agoniza, o que está construído não se vende, e os que compraram casas nas urbanizações tem-nas à venda porque as acessibilidades não melhoraram. Entretanto, as freguesias da parte serrana do Concelho continuam a desertificar e a envelhecer sem os merecidos apoios.
A Vila de Condeixa e as freguesias contíguas, tem sido alvo de um crescimento demográfico desenfreado, onde o betão impera, sem que as novas populações se integrem na economia da Vila, não trazendo as mais-valias esperadas, tratando-se tão só em tornar Condeixa num dormitório de Coimbra, criando ao mesmo tempo uma deseconomia de escala, com todos os problemas que isto acarreta.
Criaram-se expectativas, especialmente no comércio, dizem os notáveis que “Condeixa não pára”, mas quando agora se faz o balanço em termos económicos, ambientais e sociais, reconhece-se que o esvaziamento de funções urbanas, especialmente, o comércio que agoniza, o que está construído não se vende, e os que compraram casas nas urbanizações tem-nas à venda porque as acessibilidades não melhoraram. Entretanto, as freguesias da parte serrana do Concelho continuam a desertificar e a envelhecer sem os merecidos apoios.
O aumento da motorização, trouxe outros problemas gravíssimos, entre os quais se destaca o aumento de emissões de CO2,principalmente em Condeixa, em vez de se apostar na qualidade de vida e numa rede e serviços de Transporte Públicos, sustentável, extensiva a todo o Concelho, preferiu-se ir construindo em qualquer terreno apto para a agricultura, entretanto, mesmo em tempo da vacas magras construi-se um novo estádio de futebol, requalificou-se a praça, como se tal traduzisse per si desenvolvimento, esquecendo-se o comércio e os postos de trabalho que dele decorrem.
Este aglomerado urbano, construída sobre os escombros duma paisagem natural que a pouco e pouco se foi destruindo, e Condeixa ainda tem dessas paisagens, não revela qualquer harmonia com objectivos de desenvolvimento durável e de mobilidade sustentável que conhecemos nos países nórdicos ou da Europa Central.
A competitividade do Concelho está dependente da resolução de questões como a diminuição do desemprego, revitalização do tecido empresarial, atraído novas empresas, apoiando as indústrias cerâmicas, cuja louça pintada à mão, constitui um importante cartão-de-visita de Condeixa, revitalizando o Turismo, aproveitando os enormes recursos endógenos. É esse o caminho que interessa aos cidadãos. A autarquia tem o dever de promover o empreendedorismo e deixar-se de obras fúteis, mas que nos endividam, como se tem visto nos últimos anos.
A competitividade do Concelho está dependente da resolução de questões como a diminuição do desemprego, revitalização do tecido empresarial, atraído novas empresas, apoiando as indústrias cerâmicas, cuja louça pintada à mão, constitui um importante cartão-de-visita de Condeixa, revitalizando o Turismo, aproveitando os enormes recursos endógenos. É esse o caminho que interessa aos cidadãos. A autarquia tem o dever de promover o empreendedorismo e deixar-se de obras fúteis, mas que nos endividam, como se tem visto nos últimos anos.
E porque hoje é o dia 25 de Abril, aos cidadãos aqui presentes, dizemos que a liberdade, a fraternidade e a igualdade não é só um lema, é uma forma de estar na vida, é um combate diário por uma sociedade melhor, mais justa e solidária. Sem desemprego, sem injustiça territorial e social, sem caminhos corruptos e mentiras, por uma sociedade que saiba fazer dos avanços da tecnologia e do saber, os valores duma sociedade de igualdade e fraternidade entre as pessoas e a vida do planeta.
Apelamos aos cidadãos de Condeixa, para que haja uma mudança de hábitos e comportamentos de acordo com os objectivos ambientais e de sustentabilidade que da sabedoria e do conhecimento não haja aproveitamentos demagógicos e anti-sociais. Esperamos que a próxima revisão do PDM não continue a dar cobertura a políticas especulativas de usos do solo e de desenvolvimento insustentável.
Apelamos aos cidadãos de Condeixa, para que haja uma mudança de hábitos e comportamentos de acordo com os objectivos ambientais e de sustentabilidade que da sabedoria e do conhecimento não haja aproveitamentos demagógicos e anti-sociais. Esperamos que a próxima revisão do PDM não continue a dar cobertura a políticas especulativas de usos do solo e de desenvolvimento insustentável.
37 Anos depois do 25 de Abril lembra esperança e exigência, cidadãos que somos e não súbditos, levantamo-nos para retomar a luta contra o défice democrático e défice social, porque tempos mais difíceis ainda estão para vir, pelo que, cada um deve usar a única arma que tem, punindo severamente quem nos atirou para o abismo.
Termino citando Che Guevara
“ Por muitas rosas que os poderosos matem, nunca poderão deter a Primavera”
Muito obrigada, e viva o 25 de Abril.
Lurdes Simões
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